Vinicola na Toscana Intrecciare: In Vino Veritas and Love
Vinicola: Arquitetos Ana Paula Wickert, Liliany Schramm da Silva Gatermann, Douglas Antônio Risson
Entre as curvas sinuosas das montanhas, onde a música do vento se entrelaça com o sussurro das folhas, emerge um santuário de sensações. No Podere Federspina, a essência da natureza se funde com a melodia dos sentidos, em um palco onde o vinho encontra sua dança etérea, unindo tradição e inovação.
Como um diálogo entre passado e futuro, o novo edifício emerge dos vinhedos e se assenta no terreno, enfatizando a proeminência do Poderi tradicional, que carrega consigo parte da história da Toscana. A nova unidade arquitetônica criada evoca a harmonia dos vinhedos que, ao longo do tempo, se moldaram ao terreno irregular das montanhas, criando raízes em cada curva, em cada encosta, guardando histórias e segredos ancestrais. Uma síntese perfeita entre o efêmero e o eterno, entre a solidez das rochas e a fluidez dos ventos.
Ao entrar neste espaço único, seus sentidos são imersos em um concerto de emoções. Os sons da natureza, suaves como um sussurro e intensos como uma sinfonia, ecoam pelas paredes, criando uma atmosfera que transcende o tempo. O novo edifício explora sensações, trazendo a paisagem para os espaços, integrando água, natureza e visuais como elementos fundamentais do projeto.
No centro desse cenário, o vinho se revela como protagonista de uma história ancestral. Cada gole é uma viagem sensorial, uma jornada por sabores e aromas que evocam memórias ancestrais. O edifício está organizado em três andares, onde os visitantes têm a oportunidade de explorar diferentes aspectos da cultura e do vinho toscanos. O coração do edifício é marcado por uma oliveira, representando a ancestralidade e a longevidade do lugar. Sua localização no pátio central permite que os visitantes a vejam de qualquer um dos andares por onde passarem.
Projetado com a interligação e a multifuncionalidade em mente, o projeto inclui integração vertical e horizontal e interiores exteriores. Os ambientes são definidos por painéis divisórios que podem ser abertos, entrelaçando funções e espaços. Um espelho d’água com borda infinita reflete as montanhas, trazendo o mundo para dentro do edifício.
O novo edifício se relaciona com as construções vernaculares preexistentes por meio da continuidade formal, cores e texturas, mas com sua própria personalidade contemporânea, arrojada e minimalista. O terreno ocupa uma área um pouco maior do que a prevista no concurso, pois a intenção do projeto é fazer com que o edifício se eleve a partir dos vinhedos, com uma continuidade do vinhedo sobre a cobertura do volume.
O edifício se apoia na topografia, encaixando-se nos desníveis com intervenção mínima no terreno natural. As estratégias de sustentabilidade consideraram a ventilação natural por meio de janelas e a ventilação passiva pelo subsolo, trazendo ar fresco da terra para os cômodos. O edifício se sustenta com energia fotovoltaica capturada em painéis instalados na cobertura.
Um edifício que brota da terra e se entrelaça com a paisagem e o patrimônio vernacular, ditando uma sinfonia tecida pelas montanhas e vinhedos, em um ritmo que ressoa em perfeita harmonia com o pulsar da vida.