Intervenção em sítio histórico Turquia LIVING RUINS: ECHOES

Living Ruins: Arquitetos Ana Paula Wickert, Liliany Schramm da Silva Gatermann, Douglas Antônio Risson, Bárbara Scariot Ferreira, Vitória Maria Machado Soares

Ao contrário do atual status de “Cidade Fantasma” atribuído à vila abandonada de Kayaköy, o projeto respeita e celebra a fusão entre a cidade em ruínas e a natureza que a invade, enfatizando o diálogo entre o legado humano e a força inexorável do crescimento natural.

Os edifícios desabados são preservados como memórias arquitetônicas, enquanto galhos e raízes, que abraçam as paredes e preenchem as rachaduras, são integrados ao espaço, simbolizando o retorno dos ecos da vida, o pulsar reverberante de todas as memórias e o futuro.

A revitalização busca realçar as cicatrizes do passado, criando um novo equilíbrio entre a permanência das estruturas humanas e o pulsar vital da natureza, transformando as ruínas em um espaço de contemplação e reconexão com o tempo e a paisagem.

Por meio de diferentes tipos de caminhos pelas ruínas, como teleféricos, passarelas elevadas e as originais próximas ao solo, o objetivo é tornar o museu a céu aberto acessível aos visitantes.

No interior dos edifícios antigos, por meio de projeções mapeadas, é feita uma reconstrução arquitetônica digital da cidade, promovendo também sua história.

Além de preservar o ambiente existente, o projeto paisagístico traz a vegetação própria da região, com plantas provenientes do paisagismo regenerativo de clima mediterrâneo, além de trepadeiras também presentes nos planos elevados inclinados e a reinterpretação de uma árvore nativa como elemento simbólico. A escultura da figueira também simboliza o diálogo entre as origens grega e turca do local.

O projeto adotado conecta os principais espaços pré-existentes, como as ruínas da “Igreja Inferior” (Yukari Kelise/Panaghia Pirgiotissa), com o novo Centro de Visitantes e os Pontos de Convivência, que estão inseridos junto às ruínas das habitações, ao longo da topografia inclinada característica do entorno. Essas conexões físicas permitem a acessibilidade intergeracional, promovendo o contato da população local e dos visitantes com a vila por meio de diversas experiências sensoriais (visuais, táteis, olfativas e auditivas). Uma conexão adicional com a praia é fornecida por diferentes tipos de itinerários.

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